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Meu Diário
31/08/2012 12h53
AINDA ACERCA DE FERNANDO PESSOA

 

por

Assis Machado

Caro amigo Rui Telo, prestigiado coronel de “distintas ideias”, agradeço-lhe cordialmente as palavras que teve a amabilidade de escrever sobre a minha pessoa, ainda que demasiado exageradas. Bem-haja pela sua cordialidade e amizade as quais sinceramente sublinho e retribuo.

Relativamente à questão que temos “na mesa das considerações”, isso é, se Fernando Pessoa foi ou não tudo aquilo que se diz dele. É, assim mesmo, inteiramente o que que lhe quero voltar a dizer. Poucos são os teóricos da literatura contemporânea, nacional e estrangeira, que embarcam nessa onda do “diz-se para aí”, quer seja sob a forma escrita ou falada.

Reitero cabalmente o que já lhe afirmei: Pessoa foi um mero “produto” da sua época. Tal como a história cultural e social sempre registou, com farto realismo, aquele espírito tão típico da despersonalização endémica dos homens e das coisas, ele não passou de um mero “fenómeno de marca”, que apenas transmite a projecção/ficção de um esboço artístico de escaparate. Quer dizer, apenas nos formalizou um esboço restrito de representação genérica de imaginação. Ele, não foi ele, entende? Poderemos dizer seguramente que ele se limitou apenas e tão só a ser um “fingidor”. Dito doutra maneira, Pessoa não passou de um vulgar jogador de “maneiras de ser”. Por isso mesmo se compreende aquele truque tão característico seu de esboçar heterónimos a esmo.

A partir destes pressupostos apenas lhe reafirmo que o nosso homem jamais foi, concretamente, alguma coisa do que pr´ aí se diz. Eu admiro, em certa medida, os seus escritos (não todos, é um facto) todavia, concordo com Eduardo Lourenço – o mais destacado ensaísta e especialista da actualidade – que afirmou em alto e bom som que, relativamente a tudo o que se diz de Fernando Pessoa, não se pode levar a sério… E está tudo dito, amigo Telo.

Brevemente terminarão as minhas “férias” aqui nas Terras de Riba Coa. Irei uma semanita até Guimarães e, lá para meados de Setembro, regressarei a Lisboa.

Quanto aos nossos diálogos retomá-los-emos aí em Lisboa nas bordas da piscina.

Tenha um “contexto físico” saudável e vá retemperando as ideias e arejando a mente filosófica.

Um cordial e sincero abraço do poetAmigo sempre ao dispor

Frassino Machado

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Publicado por FRASSINO MACHADO em 31/08/2012 às 12h53

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