CANTO DE FRASSINO

Os meus horizontes são de Vida e de Esperança !

Textos

BALADA DO MARINHEIRO
“A um tio que partiu…
E não voltou!”

Ó brisa, Senhora da Guia,
Fazei-me voltar
Para a terra um dia!

Fui criança, bem o sei,
Educado por meus pais
Com meu sonho imaginei
Chegar longe sempre mais.

Nesta terra sem destino
Procurei uma aventura
Fiz do nome Bernardino
Uma vida de loucura.

Ó brisa, Senhora da Guia,
Fazei-me voltar
Para a terra um dia!

Lá das terras de Lordelo
Fiz do sonho uma canoa
Tomei barco no Mindelo
E um paquete em Lisboa.

Tinha nome “terra nova”
Para o Oeste me guiou
Fiz da vida dura prova
Mas o vento ma levou.    

Ó brisa, Senhora da Guia,
Fazei-me voltar
Para a terra um dia!

O meu pai já faleceu
Minha mãe não sei s´ é viva
Alva estrela enegreceu
E eu, aqui, sempre à deriva.

Triste vida é marinheiro
Pra quem nunca marinhou
Sem saúde e sem dinheiro
E a saudade que ficou.

Ó brisa, Senhora da Guia,
Fazei-me voltar
Para a terra um dia!

Noutro sítio de fortuna
Bem tentei ser mais feliz
Não tive sorte nenhuma
Naquela terra dos Brasis.

Andou Dino marinheiro
À luz do seu triste fado
Caiu no Rio de Janeiro
Dizem que assassinado.

Ó brisa, Senhora da Guia,
Fazei-me voltar
Para a terra um dia!

Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA

Nota – História verídica ocorrida nos anos
Cinquenta, do séc. XX
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 07/02/2014


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