CANTO DE FRASSINO

Os meus horizontes são de Vida e de Esperança !

Textos

ENTRE O CUCO E O AVEJÃO
«Do relativismo português»

Nesta onda Einsteiniana
Sempre prenhe de emoções
Voam de alma desumana
Vestidos de contradições.

De corpo sempre frenético,
Asas pardas, imberbes penas,
Duplo espírito esquelético
Co´ um só horizonte apenas.

Em clara imagem pautada
Entre duas maquinações
Agem de forma vincada
Os cucos e os avejões.

Ninguém lhes segura o freio
E, quando menos se espera,
Entre a ousadia e o receio
São na identidade quimera.

Quer seja no ninho ou no ar
Mostram o bico e as ilhargas
Fingindo que estão a voar
Em fulvo chão, vistas largas.

Neste relativo modelo
Direccionado ao poder
Perde o velho do Restelo
Toda a sua razão de ser.

Diz a sapiência moderna,
Duas teses um só objectivo,
O que hoje é verdade eterna
Amanhã será relativo.

E se o relativo é de vez,
Havendo ou não harmonia,
Neste estado português
Tudo o que luz é fantasia.

Entre o cuco e o avejão
No que toca ao que se olha
Dirá sempre o cidadão:
Que venha o diabo e escolha.

Com tal angústia e dilema,
Como reza a tradição,
Neste país ninguém tema
Mais vale cuco que avejão!

Frassino Machado
In ODIRONIAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 25/11/2015
Alterado em 25/11/2015


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