(Ou do “arrazoado entre dois poetas”)

Nesta clara manhã do primeiro de Fevereiro
Ao voltear da esquina da minha atenção
Topei de chofre com um prélio de emoção
Entre dois poetas de cariz nada cavalheiro.

Parece que, de longe, o arrufo é costumeiro
Cada qual ilustrando, com ou sem razão,
Por grossos argumentos de especulação,
O comprovar que cada um é o primeiro.

O que parece estar em causa no “diferendo”,
Qualquer que seja o espírito de qualquer trama,
Será, quiçá, a luta pela sua Dama
Tentando recompor com brio cada remendo.

O debate poético, em sua própria magia,
É ancestral e revestido de polémica
Importando, porém, que em sua alma endémica
Não se percam as estribeiras e a cortesia.

Como diria Sena, de forma contundente,
Ser Poeta ou Poesia é algo que se SENTE!

Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA