“Semana do Terror, 753 D.R.”

Jesus de Nazaré foi vulgar agitador
Ou foi tão só um pacifista mensageiro?
Na Era do Império apenas o vil terror
Impunha o seu estatuto pelo mundo inteiro.

É certo que o Poder, pra além do seu pendor,
Intentava p´ la paz fazer-se crer ordeiro
Mas a hercúlea tarefa pra manter vigor
Tornou-se num combate sempre costumeiro.

Os negócios, as armas, a mera traficância,
As influências, o dinheiro e a traição
Resultaram que a Paz ficasse na distância:
Jesus, agitador, pacifista, sim ou não?

Na dinâmica insana de que há memória
Dois lados antagónicos se instituíam
Na luta pertinaz que sempre foi inglória.

(De um lado as legiões e as armas sobressaíam
Do outro, o terror como força notória
Que as próprias leis de César nunca subtraíam).

Da tal Semana – de Terror ou de Amor –
Que veredicto nos confirma a louca Estória
Quando afinal se chama “Semana Maior”?

Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA